quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Casillero del Diablo Carmenère 2005

É preciso cuidado para comentar um vinho "lendário" como esse. Há o risco de nos levarmos pela fama e sermos exagerados nos elogios; mas também há o outro lado, porque podemos discordar de tudo e acharmos que o vinho não é tudo isso que dizem por aí... 
Então, saibam os senhores que procurei ser o mais isento possível, para não cair no lugar comum e dizer que este é um vinho excelente. Tentei, mas não consegui encontrar defeitos nesse clássico da Concha y Toro, escolhido para ser o vinho do mês da "Confraria Brasileira de Enoblogs", que está em sua quinta edição. Ótima indicação do amigo Eduardo Lima, do Pisando em Uvas.
Por este vinho paguei R$ 28, no Extra Supermercado, que tem ajudado na queda dos preços aqui em Uberlândia, especialmente dos vinhos portugueses, além de introduzir alguns países antes não encontrados nos supermercados, como África do Sul, por exemplo.
Vamos ao vinho!
No copo, uma profunda e densa cor púrpura, com pouca transparência (o que não pareceu ser um defeito, no fim das contas). Lágrimas em profusão, manchando a taça e os dentes. Aromas intensos de frutos vermelhos, lembrando amoras. Algo de chocolate amargo (?). Doce nos aromas, sem ser doce no paladar. Taninos vivos e marcantes, que ainda podem arredondar com alguns anos na garrafa. Macio. Encorpado, característica facilmente demonstrada pelo tato (contato com a língua). Madeira muito bem integrada ao líquido. Álcool que não se sobrepõe a nenhum outro quesito. Equilíbrio indiscutível.
Final persistente e amadeirado, muito agradável. Pode melhorar com mais 1 ou 2 anos na garrafa, pois tem potencial para tanto.
Após esta garrafa, abrimos um Gato Negro Carmenère 2005, mesma uva, mesma safra, mesmo país. Um vinho que bebemos muito em casa. Um amigo que nos acompanhou em ambas as garrafas e gosta muito dos carmenère chilenos fez uma observação interessante: "o Gato Negro é mais feminino!". Foi direto ao ponto: o Casillero del Diablo não apresenta as notas adocicadas comuns no Gato Negro. É mais vinho, tem mais personalidade e foi uma experiência super interessante.

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